Os juízes vistos por um espanhol

O juiz não deve importar-se pelas horas que lhe serão necessárias para levar a cabo a sua tarefa. Esta não é uma profissão em que ao desligarmos o computador nos desligamos com ele. Como seria possível fazê-lo se há pessoas privadas de liberdade, se o futuro delas depende de nós? Como é possível esquecer que tantas coisas dependem da nossa decisão? Creio que o juiz que se leva a sério não pode afirmar que não se importa com o que acontece no seu juízo ou tribunal excepto quando lá está. Se expressa tal opinião ou actua desse modo não é de fiar.

Quem o escreve é Baltasar Garzón no livro "Um Mundo Sem Medo". Que distância para o comum dos funcionários. E se substituirmos juiz por médico ou professor? Por cá, há uns que parece que param de trabalhar às cinco. E até às cinco, trabalham?