sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Democrácia

Andam uns colegas meus, sobretudo à hora de almoço e via net, a insistir que professores que não forem à manifestação de sábado são uns cobardolas que simplesmente se vão aproveitar daquilo que eles vão conseguir. Eles são os grandes revolucionários da quase terceira idade que querem acabar os seus dias nas escolas como andaram nos últimos 500 anos: sem fazer ponta de um chavelho.
Vamos lá a ver: eu sou a favor da existência de uma avaliação. Não esta, que é um perfeito disparate de consumo de tempo e de recursos (inclusivamente paciência).
Mas porque razão não vou à manif?
Primeiro: os sacanas dos indicatos são uma cambada de traidores. Pela enésima vez trairam os professores que lhes pagam o ordenado. Fui sindicalizado 20 anos. Chegou.
Segundo: o célebre movimento independente, depois de tantas declarações de independência, acabou por aderir à manifestação dos sindicatos. Estava-me a admirar que houvesse independentes em Portugal.
Terceiro: quando foi a altura de discutir o processo de avaliação toda a gente se lixou (sindicatos e professores), porque achavam que isto nunca iria para a frente porque eles não queriam. Não apresentaram propostas e por isso temos esta linda merda.
Quarto: assinaram um acordo para se safarem e agora querem rasgá-lo. Por mim não é necessário assinar um papel para eu o honrar. Basta-me dizer que o cumprirei. Até a porra do casamneto. Querem rasgá-lo? Rasguem-no. Mas não contem comigo para lhes dar cobertura.
E não admito a uns merdas quaisquer que descobriram as manifs tardiamente que me dêem lições de democracia. Ou democrácia que é um sucedâneo.

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