quinta-feira, 29 de junho de 2006
Hipocrisias
Porque raio temos nós de fingir que gostamos de alguém (no sentido de falar com ela e estar sentado na mesma mesa do café, mais nada) quando na realidade nos apetece mandá-lo à merda?
Aprendi ao longo do tempo, que há gente capaz de mamar uns finos à nossa conta para apanhar umas ideias e oferecê-las a outros. Nem sequer as vendem. São estas pessoas úteis à sociedade? Claro que sim! Sem elas os medíocres nunca estariam em lugares de chefia. Estes necessitam de toupeiras e das ideias dos outros para sobreviver. Até aparecem nos jornais como grandes cérebros. Ao neurónio activo, cada vez mais isolado, ainda se há-de ouvir o grito: "Eu, estou aqui!"
Mas nessa altura já ninguém lhe liga.
Vida
Será a vida uma vidinha? Não teremos nós alternativa a esta coisa a que chamamos vida e que em qualquer altura se torna numa vidinha a que não conseguimos dar a volta?
Alguém de quem eu sou muito amigo, chamou-me a atenção para esta inevitabilidade: a nossa vidinha tem problemas incontornáveis e constantes aos quais nós nos devemos habituar e com os quais temos de viver sem contestar. Tenho alguma dificuldade em aceitar isto por uma simples razão: acredito sinceramente que esta é a nossa única vida e se nós a deixamos transformar numa vidinha, às tantas não merecemos esta combinação de ADN que nos faz andar por aqui.
terça-feira, 27 de junho de 2006
Se conseguirem ler até ao fim...
Cântico negro
José Régio
"Vem por aqui" — dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...
A minha glória é esta:
Criar desumanidades!
Não acompanhar ninguém.
— Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre à minha mãe
Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...
Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: "vem por aqui!"?
Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...
Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.
Como, pois, sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...
Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátria, tendes tetos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
Eu tenho a minha Loucura !
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...
Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém!
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.
Ah, que ninguém me dê piedosas intenções,
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou,
É uma onda que se alevantou,
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
Sei que não vou por aí!
Não acham que já chega de carneiradas?
Promessas
Posto isto, uma pergunta: um vaso é um jardim?
Lembram-se de um presidente da câmara da Figueira, que aqui há uns bons anos fez jardins por todo lado aqui no burgo? Depois disseram que a câmara não tinha dinheiro para os manter. Mas que os fez, fez. Eu vejo-os todos os dias.
Agora quem promete uns jardins suspensos, sabendo perfeitamente que não o pode fazer, mas que mesmo assim obtém o voto do "povo", e que coloca no sítio dos ditos, um vaso, é cumprimento de promessa? Será um princípio? Será que nos está a mandar ao outro sítio mais o jardim?
Até agora duas medidas de fundo na ESBM. A saber:
1- Tvcabo com sportv. O "povo" está verdadeiramente alienado na sala onde está a televisão.
2- O vaso.
Qual será a terceira?
Pode ser lixarem-me, mas apesar de tudo acho que nesse campo têm bom senso.
Esperemos pela próxima.
(Amanhã posto a fotografia)
segunda-feira, 26 de junho de 2006
Celebração de uma nação
domingo, 18 de junho de 2006
O terrível passado da Lurdinhas
Na sala de estar da casa de Pedro Sullivan Rodrigues (nome fictício), com muito lixo nos cantos:
Lurdinhas: Porque caminhas na escuridão, Pedro?
Pedro: Não sei, talvez porque esteja escuro. Andei a passear pela avenida. Os pensamentos queimam-me… tenho de saber… tenho de saber…
Lurdinhas (disfarçando) Não sei do que falas!
Pedro: Não sabes? – Aproximando-se – já sem falar da questão dos professores, porque me escondes o teu passado? Porque é que tens um passado, Lurdinhas?
Lurdinhas: Enganas-te, Pedro. Sou de uma família tão pobre, que não me posso dar ao luxo de ter passado. Isso é bom é para ricos como tu. Sim, tu e a tua família é que têm dinheiro para ter passado!
Pedro: Vejo-te a mudar de cor…
Lurdinhas: És passado. Sabes muito bem que todos os dias a esta hora costumo mudar de cor e de camisa!
Pedro: E porque é que olhas para a cozinha com esse interesse?
Lurdinhas: Porque estou com fome, depois de um dia a pensar como hei-de tramar os professores
Maria de Lurdes dirige-se para a cozinha, e logo que Pedro deixa de ouvir os seus passos, dirige-se à carteira dela e vê lá dentro um bilhete. Depois de o ler, diz, horrorizado:
Pedro: Oh, não! Que horror!
Passemos à cozinha, muito electrodoméstica e branca, com muito lixo nos cantos (graças a uma nova empregada, licenciada em letras, que não tinha conseguido colocação):
Pedro (entrando como um louco aos berros): Não pode ser! Eu sabia! Eu sabia! Eu sabia!
Lurdinhas: Pareces um velho, sempre a repetir-te. Sabias o quê?
Pedro: Eu sabia! Atraiçoaste-me! Mulher infiel! Adultera!
Lurdinhas: Como soubeste?
Pedro: Vi o bilhete!
Lurdinhas: E agora?
Pedro: Podia pedir o divórcio, mas vou-te matar! Não posso consentir que tenha acontecido o que aconteceu.
Lurdinhas: E nós… que fomos tão felizes… tantos projectos por realizar… vamos, mata-me!
Pedro (agarrando numa faca de cozinha, chen-go cook, a faca de cozinha mais afiada do mercado, não precisa sequer saber cozinhar, com esta faca, você pode tornar-se um mestre de culinária, veja na embalagem como obter o cd do quim Barreiros, totalmente gratuito): Adeus, Lurdinhas!
Lurdinhas: Adeus, Pedro!
E ele mata-se a si próprio…
Lurdinhas: É, há homens mesmo totós…
E isto acaba com Pedro estendido no chão da cozinha, ao som da música de Quim Barreiros.
sexta-feira, 16 de junho de 2006
Os traumas da Lurdinhas
Bem, imaginem lá o Tombé, meio crioulo, chegar a casa e dizer aos pais, tchi, Mané, o prof deu um baita berro só porque eu estava a beber uma beca dum shot dentro do cubículo, meu. O lixado é que cangou o Xico da Pedra a fumar uma broca debaixo da mesa e roubou-lhe a ganza, meu!
Agora vamos ver os pais do rapazinho a avaliarem um professor que nega a satisfação de uma necessidade de líquidos a um aluno e até lhe rouba charros (não interessa bem para quê).
O lelo do outro dia, bem, nem é preciso falar, não é? Se as notas que os pais tiverem de dar forem escolher um número, bem, caros professores, podem pensar em desistir da progressão na carreira, porque mesmo sem saberem ler eles sabem ver os “númaros”, ai isso sabem… agora se tivessem de escrever…
Os papázinhos das criancinhas, coitadinhas, que não fazem mal a ninguém, nem ao tareco da vizinha, vão logo dizer que a culpa é de quem lhes atura os montes de merda que nem eles querem aturar!
Mas acho que a culpa também mora um bocadinho nos professores. Não em todos, mas eu nunca deixava um palhaço ir para a universidade a dar erros até a escrever o seu próprio nome e que passados uns anos é ministro ou coisa parecida!
Mais ainda porque nem bater sabem. Se é para deixar o puto de rastos, tu seguras e eu bato, não é uma simples chapadita, porque a marca desaparece ao fim de umas horitas. Depois que argumentos é que eles podem dar à TVI para vos poderem processar? Vá, digam…Eu, por mim, e porque não quero maçar ninguém com questões mais profundas que uma vala comum, mantinha uma toalha molhada na sala de aulas. Não deixa marcas no corpo e também aleija. É a chamada “chic assault”, aleija mas é estética, garantida por centenas de agentes da autoridade!
quinta-feira, 15 de junho de 2006
Do melhor que já vi e li.
Atenção que por vezes pode ser demasiado violento para espíritos mais sensíveis.
É actualizado todos os domingos.
Tv Kaka
1- Tv Kaka é a forma "carinhosa" como a principal operadora de tv por cabo é tratada nos foruns da internet. Por que será? Pela qualidade do serviço? Pelos preços praticados? Provavel mente por tudo isso e por mais quqlquer coisa que agora não vem ao caso. Mas que é caro e que o serviço é péssimo todos concordamos.
2- Anda um país inteiro a protestar com a carestia de vida, com o congelamento de carreiras na função pública, com o desemprego, etc. Coisas minimas. A Ministra da Educação (Milu para os amigos) tenta que se aumente a produtividade nas escolas: diminuindo o número de professores e cortando nas despesas.
3- O que pensaria a Sr.ª Ministra se soubesse que uma escola mandou instalar Tvcabo via satélite com sportv incluída?
Gostaria?
Ou melhor, aprovaria?
Os professores depois queixam-se que a sr.ª só está no lugar por questões economicistas.
Com gestões destas, estão-se mesmo a pôr a jeito para que ela os entale.
quarta-feira, 14 de junho de 2006
Destino turístico?
Nesta altura do ano, todos os junkies vão para Monção. Ouviram dizer que lá há uma festa da coca! Eu também achei estranho, mas vi o anúncio!
Vejam em http://www.cm-moncao.pt/agendas/Junho2006.pdf
Paixão tardia
Eu até já comecei a gostar de professores, quero dizer, prefiro as professoras, é um facto, mas estava a referir-me em abstracto.
Mas gosto especialmente da professora franzina de 51 anos que deu um valente bofetão a um ciganito, só porque ele mandou um carocito de laranja para o chão! É assim mesmo! Gostava de ver a figura do coitadinho se tivesse também mandado as cascas… Provavelmente ainda andava a contar os dentes… Agora, vir uma completa desconhecida (do puto e da professora, dizem) cinturão negro em peixeirada, e ainda mais má é que não!
Então e os pais? Que é feito dos pais darem valentes sovas aos professores e aos contínuos? Ainda por cima, os pais desta criancinha, coitadinha, coitadinhos, até choraram por ver a criancinha a chorar!
Eu estou solidário com os professores! Se for para apanhar valentes sovas, que sejam dadas pelos pais!
E mai nada!!!
Não sejam cumós coelhos…
Pergunta Infrutífera II
segunda-feira, 12 de junho de 2006
Não deixes para amanhã...
Como todas as pessoas que deixam os carros estacionados em frente ao rio, tenho recolhido todos os cartões de visita e publicitários que todos os dias estão presos ao limpa vidros.
Tem de tudo, desde festas em discotecas a videntes, parapsicólogos, pretos, amarelos, verdes, encarnados.
Não tem muita piada, confesso, mas quando acabar a temporada, vou ter o prazer de fazer o rescaldo e com estatísticas e tudo…Comecei por contar quantos são licenciados e quantos são grandes mestres...
Ah, nada de começarem a pensar em andar para aí com caçadeiras para dar cabo dos tipos que andam a por os cartões só para eu não acabar a colecção, ok? Vamos lá a ver…
Pergunta Infrutífera
domingo, 11 de junho de 2006
Bandeiras, bandeirinhas e bandeirolas
Andamos de novo todos entusiasmados com as bandeiras nos carros, janelas , camisolas, cuecas (nunca vi mas não duvido que haja) por causa de uns gajos que foram jogar futebol à Alemanha. Jogar futebol!. Quando eu era puto, jogar futebol era uma forma de passar as tardes sem aulas (sim tinhamos menos horas de aulas semanais mas acho que não foi por isso que deixámos de singrar na vida), enfim um divertimento. Ninguem pôs uma bandeira no campo (meio da estrada) onde jogávamos todos os dias com um candeeiro a servir de poste (o outro era o que calhava).
Mais tarde, quando comecei a trabalhar, corri quase todo o país à procura de trabalho , que raio, nunca ninguém pôs uma bandeira por minha causa. Agora põem bandeiras por uns gajos que se vão divertir (e ganhar bom dinheiro) a jogar futebol.
Imaginem o que seria se fossemos à Lua!
domingo, 4 de junho de 2006
Protgual; Potrugal; Porgutal, bolas, quase acerto!
O problema que eu vejo é que por muitos quase que se utilizem, são mesmo esses quase que faltam para ganharmos alguma coisinha!
Não é que seja uma crise existencial, até porque para mim, as expectativas estão muito baixas, mas se alguém souber onde se arranja o quase, é favor comunicar ao senhor Escolar antes do início do mundial.
Muito obrigado!
sábado, 3 de junho de 2006
Show
Os gajos da sic radical vão repetir o concerto, por isso não prescindam de vasculhar o teletexto da sic na página 104 para saber a que horas e quando. É daqueles concertos que valem bem os 53 euros do bilhete.
Bem, isto poderá não ter muito a ver com o propósito do blog, mas não me importa, porque acho que qualquer pessoa com mais de 25 anos consegue lembrar-se, pelo menos, de uma música dos pink floyd, nem que seja aquela, por exemplo, o summer of 69…
Estava a brincar, mas pode haver quem acredite….
Palavras gastas
CULTIVE UNS TOMATES DESCOMUNAIS COM OS REPÓRTER ESTRÁBICO
REPÓRTER ESTRÁBICO - O FENÓMENO
"O êxito nunca acontece por mero acaso. Semeia-se e faz-se desabrochar. Não basta morar no Entroncamento para se cultivar tomates descomunais. Tudo é fruto de muito trabalho, muito suor, muito amor à camisola (por mais suada que ela esteja).
A cantar desde 1985, o Repórter Estrábico mantém-se na busca da mais ilusória das quimeras: a canção perfeita. Espreitando o Universo com uma visão muito própria - ora divergente, ora convergente - mas deveras atenta, o Repórter sempre a quis devolver ao mundo, de preferência em ecrã gigante e com Sensurround. Os concertos do Repórter Estrábico são um ritual feito de canções, entretanto amadurecidas pelos inúmeros espectáculos e ilustradas com vídeos didácticos e divertidos.
É isso que o público do Porto e de Lisboa poderá constatar, se comparecer no Espaço Maus Hábitos (dia 9 Junho) e no Cabaret Maxime (dia 10 Junho), a troco de uns parcos dez euricos e com direito a duas cervejolas! Em ambos os espectáculos, e para completar o ramalhete, temos ainda, a não menos estrábica e alucinante participação de Lello Minsk - para quem não saiba, o desaparafusado mentor-cantor dos também desaparafusados Ena Pá 2000!!
A prestação dos músicos em palco embrulha o pacote, prendendo a atenção do público num frenesi de literal excesso de informação.
Viva Putogral!!
PORTGULA POGARTUL POLURGAT PORTGUAL PORTAGUL PURGATOL PUROGALT PTORUGAL PULGARTO PURGOTAL PUTAGORL PUTALORG PUTARGOL...
São 5 040 os anagramas possíveis - e ainda só vamos na letra P... O Repórter Estrábico e seu mui prezado convidado, Lello Minsk, vão fazer os impossíveis para, numa celebração exacerbada da efeméride, deixar indelevelmente gravada na mente dos presentes algumas das 35 280 restantes permutações das letrinhas que à nossa comunidade dão nome e apelido.Luciano Barbosa, Líder do Repórter Estrábico "
quinta-feira, 1 de junho de 2006
Perdas
Andamos sempre a perder coisas: chaves, comboio, dinheiro, amigos, familiares, juízo, mulheres sei lá, montes de merdas. Apesar de estarem todas seguidas, estas coisas têm importâncias diferentes e não pela ordem em que estão.
O que fazemos quando perdemos qualquer coisa? Tentamos recuperá-la? Nem sempre. Esquecemos a sua existência? Muitas vezes. Sobretudo se a vontade de a perder já existia.
Mas uma das piores perdas, não falando da morte, é a perda de confiança. E é tão fácil perdê-la. Primeiro, perdêmo-la em nós. Se alguma vez a tivemos, claro. A seguir os outros deixam de ter confiança em nós. É simples, se nos olhamos ao espelho e não vemos nada de jeito, porque é que os outros hão-de ver?
Agora imaginem que o vosso ego é elevado, mas mesmo assim, postos em confronto com outras pessoas que são garantidamente piores que vocês, meus amigos, os avaliadores não vos escolhem. Que fazer?
Como com quase todos os problemas existênciais, a solução não é única. Primeira: mantêm a vossa postura. Submetem-se a nova avaliação e... perdem outra vez. Garantidamente.
Segunda: Tentam ser piores, baixam o nível, deixam-se de intelectualidades e passam a comprar o 24 horas, dizem mal dos outros todos porque a culpa nunca é vossa e... sobem ao poder.
A que propósito vem isto? De nada. De quase nada. Mas garanto que vou por em prática a segunda hipótese e, daqui a uns tempos voltamos a falar!