terça-feira, 28 de novembro de 2006

Flexi quê???

Não percebi bem… fala-se em modelos dinamarqueses para resolver o problema social do país… flexibilização do desemprego e reforço das condições sociais em caso de desemprego e de apoio à reinserção no mecado de trabalho…
Ok eu até podia concordar com este modelo, mas…
1º - seria a forma ideal de ter os patrões a despedir todas as pessoas com mais de 35 anos, graças à excelente visão e postura social que sempre caracterizou o patronato neste país… Afinal, nem são necessárias greves e manifestações para os patrões criarem emprego e aumentarem os salários em 5% ao ano e pagarem planos de protecção na saúde e sociais…
2º - seria a forma ideal de resolver os problemas aos 10% de desempregados em Portugal… deixariam de estar sozinhos nesta situação. Estimo um crescimento desta classe profissional em 7 a 9%. Interessante… Criarem quantos empregos em 4 anos? Imagino um qualquer patrão a virar-se para um qualquer funcionário, tipo o “preto” e vai ele “Ó Adalberto, eu sei que você até é um funcionário exemplar e dedicado, consciente das dificuldades que a nossa (e vejam o significado de “nossa”, no contexto) empresa atravessa, por isso venho propor-lhe duas alternativas vantajosas para o seu vinculo laboral” ao que o Adalberto começa a pensar “Ai, lá vem merda”, mas o peso das prestações, das obrigações e da suposta estabilidade profissional desiquilibra a sua defesa. O patrão prolonga “e como tal, você pode passar a trabalhar mais 10 horas por semana e manter o salário, o que para si é vantajoso, porque, como poderá ver, deixa de fazer horas extraordinárias não pagas, ou então, trabalha as mesmas horas com uma redução no seu salário de 25%, o que é excelente, porque vai ver o seu escalão de IRS descer!!! Não são alternativas vantajosas? Olhe que eu pensei muito para chegar a esta solução! E olhe que dos seus colegas, já quase todos assinaram a mudança!” Lindo!
3º - onde e em que parte é que o estado português tem dinheiro para suportar o subsídio de desemprego, saúde e subsistência dos actuais e novos desempregados?
4º - Apesar de ver algumas virtudes no modelo, o grande problema é a mentalidade portuguesa, que é totalmente incompatível com estas medidas…
5º - posso, pelo menos, dizer e afirmar que faço parte da minoria que não elegeu este governo e como tal, ter o direito à discórdia, sem apajar o senhor engenheiro, tipo, olhe, traga aqui uma bandeja, que o senhor primeiro quer arrotar e precisa que lhe amparem o arroto…
6º - porque me apetece, ou mesmo, sem querer abusar, porque sim!
Ao menos, acho que finalmente a profecia do cherne se vai concretizar e vamos ver o país de tanga… quer dizer, eu melhoro o dito, Portugal já não está de tanga, Portugal está de fio dental!E com gajas de fio dental… iupi!!! (temos de tentar encontrar sempre o melhor lado da desgraça, não é? Afinal, somos portugueses…)

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