domingo, 19 de outubro de 2008

A Vida a Cores - Parte I - O Berço da Confusão... er... da Nação...

Guimarães, cerca de 1128...
Afonso, infante de profissão e futuro, um dia, rei de uma nação, encontra-se numa sala do faustoso castelo de guimarães, com muito lixo nos cantos, com sua mãe, D. Teresa de Leão, discutindo porque razão há-de ele ter de lavar as mãos antes de comer, se não havia ainda esse hábito e ele, como futuro líder de uma nação, havia de estar preocupado com detalhes e até porque tinha ganho uma batalha às tropas por si patrocinadas.

D.Teresa: Afonso, filho, porque é que não vais lavar as mãos antes de comer? Já viste a quantidade de porcaria que tens nas mãos? - apontando para as sua mãos cheias de estrume, em particular e debaixo das unhas, em geral...

Afonso: Oh, que raio de coisa… é o fertilizante da nação que vou criar…ahahahah… e também nunca me ensinaste a comer com duas facas… - tendo já agarrado uma perna de frango com uma mão e com um canivete suiço na outra.

D. Teresa: Tem maneiras, põe, ao menos, um lençol ao pescoço, para não sujares a armadura. São de linho, não te vão provocar alergias…

Afonso: O que tu queres, sei eu… Nunca hei-de ser Leon, ou Leão, ou lá o que é o teu pai, meu avô e teu irmão, que por acaso até tem um bigode muito catita…. Acaso lava ele as mãos? Sempre houve uma vontade de independência, desde o tempo do Viriato, por estes lados… tinham sempre de ser os homens a ir ao mercado, e ainda por cima levar aqueles adereços todos, a espada, a fivela, a roupa de domingo e as mulheres ficavam a fazer o quê? Vá, diz-me!

D.Teresa: Oh, porque abominas tua progenitora? Que rico exemplo para os teus descendentes…

Afonso: Cala-te, nunca me deixaste casar, querias que eu aprendesse a fazer regueifas e brushings…afinal que coisa é essa de brushing? Já se me está a chegar a náusea à ponta do nariz! Querias ter uma filha, pois bem, saí eu e sem complexo de édipo, que é uma coisa que só daqui a uns 700 anos é que vão conseguir explicar o que é. E mais…

- virando-se de repente, fazendo com que d. Teresa tropece na sua espada e caia-

...olha, para esta, caiu… que chatice... agora que eu lhe ía dizer que queria ver como é que ela ia dizer ao rei do leão que já não tinha dentes... Ahahahah…olha ainda sobrou um!

E dá-lhe mais um pontapé, ficando D. Teresa a gemer caida no chão e Afonso regozija, chamando Mendo Fernandes, que, como é sabido, é o antepassado do Fernando Mendes, um magro pagem da confiança de afonso.

Mendo: D. Afonso, deste uma sova na tua mãe?

Afonso: Não, foi ela que tropeçou e bateu com os dentes no chão… O que é que achas? Fica bem?

Mendo: Desde que não abra a boca!

Riem os dois, desalmadamente e diabolicamente, quando entra o clérigo do castelo:

Clérigo: Alguém viu um corta-unhas?

Afonso: Mendo, trata das unhas do senhor, definitivamente… ahahahahhahah... se eu encontrar o corta unhas, devolvo-o, embora ele já não vá precisar dele…

Mendo: Muito bem, Majestade..., er, Infante..., er, Dom..., er, como é que tinha ficado de o chamar, D. Afonso?

Afonso: VAAAAAIIIIIII! E traz-me umas sandálias novas na volta… Ainda hei-de tornar esta região famosa pela qualidade do calçado…

Assim começou a lenda de que D. Afonso Henriques deu uma sova à sua mãe...

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